terça-feira, 18 de outubro de 2011

Roma

No dia 18, à noite, chegamos ao Roma Termini (Terminal de Roma). Viemos de trem de Florença (passagem a € 90). É a estação ferroviária mais importante de Roma e uma das maiores da Europa. Restruturada em ocasião do Jubileu de 2000, tornou-se um importante ponto de referência para os turistas e cidadãos romanos, sobretudo graças à presença de numerosos serviços no Fórum Termini, um grande centro comercial situado nos planos subterrâneos da estação. Esta estação tem ligação com as linhas A (laranja) e B (azul) do metrô e com numerosas linhas de ônibus urbanos e tróleis (ou ônibus elétricos). Dali, pode-se partir para quase todos os pontos de interesse da capital italiana.

Tínhamos feito a reserva no Bed and Breakfast Casa Carra (via dello Statuto, 44), próximo à Estação Central e à Basílica Maria Maggiore. Diária a € 99 com wi-fi gratuito, frigobar, banheiro privativo e café da manhã (bem fraco, somente café, suco e torradas). Contato: acasacarra@fastwebnet.it. A vizinhança é boa, com cafés, mercearias e mercados.
 
O transporte é eficiente e barato. A passagem integrada (ônibus e metrô) custa € 1 e vale por 75 minutos. Melhor é comprar o tíquete válido por 24 horas, que custa € 4. Andar de metrô é muito fácil lá; são apenas duas linhas: A e B. Nos ônibus, lembre-se de entrar pela porta de trás e imediatamente validar seu tíquete no aparelho de cor amarela dentro do ônibus.

Do terminal até o Aeroporto Internacional de Roma ou Aeroporto Fiumicino, a passagem de trem custa € 28 e o tempo de viagem é de 40 minutos. Pode-se comprar antecipadamente ou na hora, nas várias máquinas espalhadas pelo terminal ou no guichê, se preferir.

Há, no mínimo, 7 opções de Sightseeing. NÃO recomendamos a Open Tour, pois além de não ter saídas pontuais, não inclui no roteiro a Vila Borghese, com seus belos parques (além de oferecer uma bela vista da cidade, por ficar no alto). Os preços são: € 16 por 24h e € 20 por 48h. Dispondo de tempo, é preferível usar o metrô que dá acesso a praticamente todos os pontos de atração. Caso contrário, o Sightseeing é uma boa opção para ver tudo e de forma mais rápida. 
Começamos nosso tour pela Basílica Santa Maria Maggiore e pela Piazza della Repubblica, atrações mais próximas ao nosso hotel. Com duas cúpulas, tem um interior belíssimo e grande, com inúmeras colunas e afrescos no teto e nas laterais. Foi construída entre 432 e 440, durante o pontificado do Papa Sisto III, e dedicada ao culto de Maria, Mãe de Deus. Suas fachadas diferem em cada lado. Num, ela parece retangular, no outro assume uma forma semicilíndrica.

No caminho entre o Roma Termini e a Basílica Maggiore, pode-se ver o elegante Teatro dell ‘Opera.

Seguimos mais duas quadras e chegamos a Roma Termini (estação) para pegarmos o metrô até o Coliseu (Colosseo em italiano). São apenas duas paradas até lá.

História

Entre 100 a. C e 44 a. C. viveu um homem que influenciou o império romano, e que passaria a ser lembrado para sempre por suas conquistas e pelo seu legado: Júlio César. Conquistador, reformista, determinado, genial e absolutista, enfrentou poderosos oponentes políticos, implementou importantes reformas sociais, conseguiu grandes vitórias militares, e teve até um romance com Cleópatra, rainha do Egito. Oponentes invejosos, no entanto, não aceitaram tanto poderio, e tramaram sua morte. A conspiração chegou ao clímax em 15 de março de 44 a.C., quando César, ao chegar no senado, foi assassinado por um grupo liderado por Cassius e Brutus, este último, até então, um de seus mais fiéis colaboradores. Entre os mais lembrados legados de César ao mundo ocidental está o calendário anual de 365 dias, com um dia a mais nos anos bissextos. A influência deste homem na formação do império foi tão grande que daí em diante todos os futuros imperadores romanos passariam a usar o título de César, nome que passou a ser considerado sinônimo de grandeza e poderio absolutos.

De todos os lugares históricos de Roma o mais conhecido é sem dúvida o Coliseu.  À noite, então, o lugar é ainda mais lindo. Ali, muitos cristãos foram lançados às feras. Sua construção foi iniciada pelo imperador Vespasiano no ano 72, sendo inaugurado oito anos depois. O prédio tem forma elíptica, medindo cerca de 200 por 160 metros e com paredes de 60 m de altura (o equivalente a um prédio de 20 andares). De acordo com os registros históricos, nos 100 dias de espetáculos de sua inauguração, milhares de gladiadores e feras foram mortos. Este local sempre foi considerado como o maior símbolo da Roma Imperial e, na comemoração dos 1000 anos de Roma, no ano 246 da era cristã, foram trazidos para o Coliseu 32 elefantes, 30 leões, e muitas zebras, girafas e tigres, para enfrentar 2000 gladiadores, numa festa que durou meses. Infelizmente, com o passar do tempo, parte do prédio foi derrubado por terremotos, e diversos outros trechos foram desmontados para que suas pedras fossem aproveitadas em outras construções da cidade. Só muitos séculos mais tarde, foi dado o devido valor ao local, monumento vivo da história de Roma e do Cristianismo.

Um dos mais famosos e cruéis imperadores a governar Roma foi Nero, entre os anos 54 e 68 da era Cristã. Por ter somente 14 anos ao subir ao trono, sua mãe, Agripina, foi quem governou inicialmente. Inconformado com tal situação, Nero a assassinou para chegar mais rápido ao poder, dando início a um reinado de terror que incluiria, no ano 64, a ordem de ater fogo à cidade de Roma e atribuir a culpa do incêndio aos cristãos. Outro nome de triste lembrança é o do imperador Calígula, que governou entre os anos 37 e 41. Louco e depravado, ele chegou a ponto de nomear seu cavalo como senador.

O período compreendido entre os anos 96 e 180 é conhecido como o dos Cinco Bons Imperadores, quando Roma retorna a um sistema de governo estável e próspero. Os cinco imperadores desta época foram Nerva (entre 96 e 98), Trajano (98 a 117), Adriano (117 a 138), Antoninos Pius (138 a 161) e Marco Aurélio (161 a 180). Durante este período o império romano desfruta do que ficou conhecido como Pax Romana, um sistema que administrava os territórios conquistados de forma não belicista, e que permitia seu desenvolvimento, livre comércio e relativa liberdade, desde que eles não questionassem a autoridade do César e que tampouco deixassem de pagar seus impostos em dia. Foi a época do esplendor máximo, cobrindo praticamente toda a Europa, norte da África e parte da Ásia, desde o norte da Escócia até a região que atualmente corresponde à Turquia.

Em 330 o imperador Constantino constrói uma nova capital, batizada de Constantinopla (atual Istambul), situada na divisa entre Europa e Ásia, e passa a controlar de lá o império romano. Com sua morte, o império passa a ser administrado por seus três filhos, que logo começam a brigar entre si, contribuindo ainda mais para o enfraquecimento de Roma. Em 361 o imperador Flavius Claudius Julianus tenta revogar as leis Cristãs promulgadas por Constantino e restaurar o sistema pagão, mas não tem sucesso e o Cristianismo espalha-se cada vez mais pela Europa até que, no ano 380, é declarado como única religião oficial do império.
O ano de 378 marca uma decisiva derrota militar de Roma, quando suas legiões são arrasadas pelos Visigodos, tribos bárbaras originárias do território que hoje corresponde à Alemanha. Pouco a pouco os Visigodos avançam sobre os territórios romanos, fazendo com que o império diminua cada vez mais. Theodoro I é considerado o último imperador a conseguir controlar um território unificado, e depois dele, o declínio do império romano torna-se irreversível. 

Coliseu

O seu tamanho é simplesmente impressionante. Por € 12 (e mais € 5, com áudio-guia) você visita o Coliseu, o Arco de Constantino, o Fórum Romano e o Monte Paladino. Você pode até fotografar de fora, mas o ideal é entrar e subir os degraus, mas prepare-se para disputar o espaço com milhares de turistas. Há várias entradas.  Uma dica é entrar pelo Palatino, onde a fila é bem menor e, dali, percorrer todo o complexo. A visita é imperdível. Na entrada, você recebe um mapa, mas não muito informativo. Acesso das 8h30 às 17h30.

Maior e mais famoso símbolo do Império Romano, o Coliseu era um enorme anfiteatro reservado para combates entre gladiadores ou opondo esses guerreiros contra animais selvagens. Sua construção foi iniciada no ano 72 d.C., por ordem do imperador Flávio Vespasiano, que decidiu erguê-lo no local de um antigo palácio de Nero, seu antecessor no comando do império. As obras levaram oito anos para serem concluídas e, quando tudo ficou pronto, Roma já era governada por Tito, filho de Vespasiano. Para homenagear seu pai, Tito batizou a construção de "Anfiteatro Flaviano".

Alguns historiadores especulam que o nome Coliseu só apareceria centenas de anos depois, talvez no século XI, e teria surgido inspirado no Colosso de Nero, uma estátua de bronze de 35 metros de altura, que ficava ao lado do anfiteatro.

Os primeiros combates disputados para comemorar a conclusão do Coliseu duraram cerca de 100 dias e se estima que, só nesse período, centenas de gladiadores e cerca de 5 mil animais ferozes tombaram mortos em sua arena de 85 por 53 metros. Os jogos levavam o público ao delírio. Suntuoso, suas arquibancadas, construídas a partir de 3 metros do solo, acomodavam mais de 50 mil pessoas. Um camarote bem próximo à arena era destinado ao imperador de Roma, que era reverenciado pelos gladiadores antes dos espetáculos, com uma saudação que se tornaria famosa: "Salve, César! Aqueles que vão morrer te saúdam".

O anfiteatro, o primeiro permanente erguido em Roma, funcionou como o principal palco de lutas da cidade até o ano 404, quando o imperador Flávio Honório proibiu definitivamente os combates entre gladiadores. Depois disso, o Coliseu teve diversos usos. Chegou a ser empregado como cenário para simulações de batalhas navais, quando a área ocupada pela arena era alagada para tal.

Durante a Idade Média, o mármore e o bronze de sua estrutura foram sendo saqueados aos poucos e usados para ornamentar igrejas e monumentos católicos. Peças de mármore do anfiteatro foram empregadas até na construção da famosa Basílica de São Pedro, no Vaticano. E no século XI, quando Roma era dominada por uma família de barões, o Coliseu foi transformado em uma fortaleza, abrigando membros de uma família nobre, os Frangipane, que usaram a edificação para proteger-se em suas batalhas contra grupos rivais.

Hoje, apesar de estar em ruínas, e até sob a ameaça de desabamento, o Coliseu ainda guarda sua majestade. Localizado bem no centro da capital italiana, rodeado por avenidas, ele é considerado o principal sítio arqueológico da cidade e recebe, anualmente, mais de 3 milhões de visitantes, que circulam dentro dele para sentir um pouco o clima do mais grandioso anfiteatro da Antiguidade.


Bem perto do Coliseu e dos Fóruns Romanos, pode-se visitar a Igreja de San Pietro in Vincoli que, além de bela, abriga obras de Michelangelo, como a escultura de Moisés que adorna a tumba do Papa Julius II, e de outros artistas. Sua construção teve início em 431, e foi dedicada a São Pedro e a São Paulo. Passou por uma restauração no início do século XVIII.

Fóruns Imperiais

Pode-se visitar o Coliseu primeiro e, depois, seguir para o Arco de Constantino, o Fórum Romano e o Monte Paladino, ou vice-versa. Mas não se gasta menos de 3 horas lá. No Monte Paladino ou Palatino (uma das sete colinas de Roma onde foram construídos o Fórum e o Circo Massimo), local do nascimento de Roma e um dos montes mais importantes que circundam a cidade, pode-se ver a Casa de Rômulo de 753 a.C. e a Casa de Augusto, a primeira residência dos imperadores romanos, e o Circo Massimo (ou Circo Máximo). Do cume do Monte Paladino tem-se uma vista soberba do Fórum Romano, das sete colinas de Roma e da “Via Sacra” (Caminho da Cruz) do Fórum Romano, onde Júlio César foi sepultado. E do Fórum, ainda há muito para se ver: o Fórum de Augusto, o Fórum Trajano e a grande obra-prima da arte clássica romana, a Coluna de Trajano. Mesmo que não se leve muito a sério a lenda de Rômulo e Remo, e de que Rômulo tenham fundado Roma ali no Palatino, os arqueólogos encontraram vestígios evidentes de que o assentamento que havia no local foi provavelmente onde Roma nasceu. Nas ruínas da muralha próxima à área do Fórum havia restos de cabanas primitivas do período entre os séculos IX e VII a.C., cabanas essas que teriam sido a casa de Rômulo.

O Circo Massimo foi o lugar onde se realizavam os jogos públicos do Império Romano, principalmente as corridas de quadriga (carro de duas rodas puxado por 4 cavalos emparelhados). Essa pista, que chegou a medir cerca de 600 metros de comprimento, tinha arquibancadas com capacidade para receber até 150.000 espectadores. Os espectadores que não conseguiam assento nas arquibancadas podiam assistir aos jogos dos montes Aventino e Palatino. O nome Palatino deriva de Pale, o deus dos pastores.

Atualmente, o Circo Massimo é um parque para prática de esportes com um grande gramado, tendo sido preservado muito pouco do que foi o grande circo romano: só mesmo a pista de corrida, que foi coberta pela vegetação.



Passear pelo complexo do Fórum Romano nos proporciona ótima noção da grandiosidade do que foi o Império Romano e toda sua imponência. Ainda se podem ver perfeitamente os vestígios do calçamento, dos sistemas de esgoto, dos poços artesianos e de diversos prédios onde havia uma sociedade organizada e urbanizada: o prédio da Cúria Romana e o Senado Romano (ainda bem conservados), que abrangiam a Via Sacra, a rua de pedra que começa no Arco de Sétimo Severo, cruza as ruínas do Templo de Vesta (edifício circular, do século IV d.C; Vesta era a deusa do Fogo), do Templo do Castor e Pólux (uma lenda conta que ambos lutaram na batalha do lago Regilo, em 496 a.C, à frente do exército romano e levaram a notícia da vitória), do Templo de Antonino e Faustina (oferecido pelo Imperador Antonino Pio a sua esposa Faustina, falecida em 141 d. C, mas quando ele morreu, o templo foi dedicado a ambos; no séc. XI foi transformado em igreja, pois pensava-se que São Lourenço havia sido condenado à morte naquele lugar), da Basílica Júlia – um templo pagão construído para reverenciar o imperador Julio Cesar –, do Templo de Rômulo, do Templo de Saturno, e termina no Arco de Tito (mandado construir por ele mesmo).

Particularmente, chamam a atenção o Templo de Saturno e suas 8 colunas (foram as que restaram), edificado em uma plataforma elevada. Teria sido construído no início do século V a. C. e reconstruído várias vezes. As atuais ruínas datam do século IV d.C. No templo, guardavam-se as Tábuas da Lei e os registos dos decretos do Senado. Saturno foi o deus mítico da Itália e governou numa idade de ouro próspera e pacífica, em que não havia escravidão, propriedade privada, crime ou guerra. Como tal, agradava essencialmente ao povo e aos escravos. Todos os anos, entre 17 e 23 de dezembro, o seu reinado era relembrado numa semana de sacrifícios e festas, conhecidas como Saturnais. Enquanto durava a celebração, a ordem social normal era alterada. Os escravos podiam comer e beber com os seus senhores e muitas vezes eram servidos por eles. Senadores e outros homens ilustres entregavam-se a jogos em que as apostas eram pagas com nozes, um dos símbolos da fertilidade.

Enfim, o Fórum Romano era o centro da vida política, judicial, religiosa e comercial da cidade, tendo sido enriquecido nos últimos anos do império com alguns edifícios religiosos, públicos e administrativos. Com o declínio do Império Romano e o advento de Constantinopla, começa o seu declínio.

A Via dei Fori Imperiali é que liga o Coliseu à Piazza (praça) Venezia. Então, por ela, descendo ou subindo, passa-se pelas ruínas dos Fóruns Imperiais, na área do Coliseu.

Arcos triunfais

Os Arcos do Triunfo foram monumentos introduzidos pelos romanos. Cada arco simboliza a vitória numa batalha, durante o reinado de um imperador, constituindo-se assim como memória dessa batalha e desse imperador, embora muitos desses arcos já tivessem desaparecido.

O estilo Neoclássico usou-os como modelos em novos monumentos, mas noutros contextos que não o original.

Em Roma, há três Arcos do Triunfo que merecem destaque: o Arco de Constantino; o Arco de Tito e o Arco de Sétimo (Septímio) Severo.

O Arco de Constantino situa-se a pouca distância do Coliseu. Foi construído em estilo corintiano, em homenagem à vitória de Constantino sobre Massêncio, na batalha de Ponte Mílvia, em 312 d. C., batalha que terminou após vinte anos de confrontos e unificou o poder de Roma.

O Arco de Constantino está decorado nas frentes norte e sul. Tem cinco medalhões com o diâmetro de dois metros e estátuas de oito prisioneiros da Dácia que foram retiradas do Fórum Trajano.

Comemorando a conquista de Jerusalém, em 1º de agosto de 67, pelo Imperador Tito Flávio que comandou as hostes romanas foi erigido o Arco de Tito. Totalmente construído em mármore, no ano 81, e medindo de altura 15,4 metros, de largura 13,5 e de profundidade 4,75, este Arco também está no Fórum Romano.

Como ornamentações, podem ver-se, num baixo-relevo talhado de um dos lados, soldados romanos a segurar lanças sem pontas, coroados de louros e transportando os seguintes símbolos do Judaísmo: a “Mesa do Pão Ázimo”, as trombetas de prata de Menorá, o candelabro de sete braços. Do outro lado, o relevo mostra Tito vitorioso, de pé, numa carruagem puxada por quatro cavalos e conduzida por uma mulher que representa Roma. Contém ainda a seguinte inscrição: "Do Senado e do povo romano para o divino Tito, filho do divino Vespasiano, Vespasiano Augusto".

E no lado noroeste do Fórum Romano, próximo ao Templo de Saturno, encontra-se o Arco de Septímio Severo. Foi edificado em 203 d.C., em comemoração à vitória sobre os Partas, obtida com as duas campanhas militares que foram concluídas em 195 e em 203 d.C e dedicado a Septímio Severo e seus dois filhos, Caracala e Geta. Logo após a morte deste último, foi retirado o seu nome da inscrição contida no arco, para que fosse também apagado da memória dos romanos.

Outras atrações

Saindo do Coliseu, passando pela Via dei Fori Imperiali, chega-se à Piazza Venezia, onde está o majestoso e imponente Monumento Nacional ao Vittorio Emanuele II (primeiro rei da Itália), mais conhecido como Vittoriano, em estilo neoclássico.

Para erguê-lo, foram 3 anos, entre 1885 e 1888, realizando despejos e demolições numerosas na área adjacente ao Capitólio, feito com um programa específico estabelecido pelo Primeiro-Ministro Agostino Depretis. Foram extintos um grande bairro medieval e alguns monumentos históricos. Mas a estátua equestre de Vittorio Emanuele II, uma das que adorna o local, só foi concluída em 1889 e inaugurada em 1911.

Há um elevador que conduz ao alto do edifício. Proporciona uma excelente vista do Coliseu e do Fórum Romano. Ingresso a € 7.

No mesmo prédio, há o Museu del Risorgimento (Museu do Ressurgimento). Abre diariamente, das 9h30 às 18h30 (de segunda a quinta) e das 9h30 às 19h30 (de sexta a domingo). Uma das alas mais interessantes é a da Emigração Italiana. Entrada a € 7. Muito bom. Vale a pena o ingresso!

A partir do Vittoriano, começa a Via del Corso, a avenida mais central da cidade, repleta de lojas finíssimas, restaurantes e locais da moda. Nessa área encontra-se também a Galleria Borghese, que guarda uma das mais famosas coleções de arte de Roma. Ela foi nomeada em memória ao Cardeal Scipione Borghese, grande incentivador das artes. Lá estão obras belíssimas de artistas clássicos como Rubens, Boticelli, Bellini, Giorgione e Veronese.

A Basilica di San Paolo (Basílica de São Paulo) é belíssima. Fica a apenas 3 estações de metrô do Circo Massimo (área do Coliseu). Deve-se descer na Estação de mesmo nome da igreja. Do lado esquerdo já é possível avistar o que é a segunda maior igreja de Roma, ficando atrás apenas da famosa Basílica de São Pedro, no Vaticano. Fica aberta das 7h às 18h30.

É, também, a terceira maior igreja do mundo, e foi construída no lugar em que o apóstolo Paulo foi enterrado após ser decapitado, em 67 d.C., condenado à morte por ser cristão. A tumba é o lugar mais visitado da Basílica.

Construída por Constantino no século IV, a igreja foi quase toda destruída pelo fogo em 1823, e muito do que se vê hoje são reconstruções do século XIX. Entretanto, muitas preciosidades sobreviveram à destruição. O interior da Basílica tem altíssimos arcos e belíssimas pinturas com detalhes dourados.

A tumba de São Paulo fica perto do confessionário. Uma inscrição traz seu nome, “Paolo”, e abaixo as palavras “apóstolo” e “mártir”. No pátio, uma fonte recebe moedas dos visitantes.

As Termi di Caracalla (Termas romanas de Caracalla) foram construídas a pedido do imperador de Caracalla, entre os anos 212 e 216 de nossa era. Essas termas estavam formadas por um conjunto de balneários públicos com capacidade para receber até 1.600 banhistas. As termas contavam com uma sala de água fria chamada Frigidarium, uma de água morna chamada Tepidarium e uma de água quente denominada Calidarium. Além disso, contava com duas palestras (locais para a prática de exercício físico), vestiários e uma biblioteca com duas salas, sendo uma delas especializada em livros gregos e a outra em livros romanos. Em suma, um autêntico SPA da Antiguidade.

Atualmente, as ruínas dessas termas são uma das maiores atrações de Roma. Estão localizadas nos arredores da cidade, em direção à Via Appia. O seu bom estado de conservação permite que o visitante tenha uma ideia da grande importância desse recinto. Atualmente óperas ali se apresentam no verão, no Teatro dell'Opera di Roma. Appia é uma das principais estradas da antiga Roma. Recebeu este nome em memória do político romano Ápio Cláudio Cego, que iniciou sua construção em 312 a.C.

Agências de turismo oferecem tours para as ruínas dessas termas, que incluem a área arqueológica do Circo Massimo; a Via Appia Antiga com vista da Capela do Domini Quo Vadis e das Catacumbas; os antigos cemitérios subterrâneos, testemunho extraordinário da fé dos primeiros cristãos; as muralhas de Aureliano (atribuídas ao atribuída ao imperador Aureliano, a partir de 272 d.C para defender Roma das invasões bárbaras); e a Piramide di Caio Cestio ou Piramide Cestia, com 37 m de altura e a mais antiga pirâmide da Europa, construída entre 18 a.C e 12 a.C., como túmulo para Gaius Cestius Epulo, um magistrado e membro de um dos quatro grandes corpos religiosos de Roma. Os passeios saem diariamente e duram cerca de 2 horas.

Piazza del Campidoglio

A primeira praça que visitamos foi a Piazza del Campidoglio (Praça do Capitólio), no monte Capitolino, uma das famosas sete colinas de Roma, que rodeavam a comunidade primitiva. Quando os Gauleses invadiram Roma, em 390 a.C., este monte foi a única zona da cidade que não foi capturada pelos bárbaros. Do alto, os generais triunfantes podiam contemplar a cidade pela qual lutavam. O monte Capitolino é referido inúmeras vezes durante a história de Roma: ali, por exemplo, Brutus e os assassinos se refugiaram, dentro do Templo de Júpiter, após o assassinato de Cesar.

A ideia de redesenhar a praça nasceu quando se preparava a visita do imperador Carlos V de Habsburgo em 1536. Michelangelo incluiu em seus planos o Palazzo Senatorio (Palácio dos Senadores), construído no século XII, e os alicerces do Tabularium (arquivo oficial da Roma Antiga) e do edifício do lado sul, que datava do século XIV, hoje "Palácio dos Conservadores" (Palazzo dei Conservatori). A ideia do grande artista foi transformar o monumento equestre ao imperador Marco Aurélio, transferido para o Capitólio em 1538, na principal atração.

De 1536 a 1546, o Papa Paulo III encarregou Michelangelo de remodular a praça e transformar o Campidoglio — como os Romanos o tornaram conhecido — com os seus três palácios que preenchem o espaço trapezoidal, aproximados de uma escadaria famosa, a Cordonata, encabeçada pelas duas grandes estátuas dos Dioscuri (Castor e Pólux, irmãos gêmeos da mitologia grega e romana).

Contrapondo a orientação clássica do monte Capitolino, que se virava para o Fórum, o artista rodou as atenções para a Roma papal. A construção da praça progrediu muito lentamente e outros arquitetos terminariam os projetos de Michelangelo, pois a praça só seria concluída no século XVII.

A impressionante fachada com pilastras coríntias do Palácio dos Conservadores, por exemplo, se deve ao escultor e arquiteto que completou muitas obras de Michelangelo, Giacomo della Porta (executada de 1564 a 1568). Os três palácios compõem atualmente os importantes Museus Capitolinos: estes edifícios do Palazzo Nuovo e do Palazzo dei Conservatori mostram, em suas estupendas galerias, o núcleo da coleção do papa Sisto IV iniciada em 1471.

A Piazza del Campidoglio continua a ser importante, pois o Tratado de Roma nela foi assinado em 1957 e o Palácio dos Senadores é a sede oficial do prefeito da cidade. A Igreja de Santa Maria in Aracoeli (século XII) está adjacente à praça. Nela, foi sepultada Santa Helena, mãe do Imperador Constantino. Seus ossos estão no altar à esquerda da igreja. E uma capela perto da sacristia contém a estátua milagrosa do Santo Bambino, ou o Cristo Menino de Aracoeli.

Outras praças

A Piazza della Repubblica (Praça da República) está situada a poucos metros da Estação Termini, em frente às Termas de Diocleciano. Uma das mais importantes vias de Roma, a via Nazionale, tem início ali. Dedicadas ao imperador Diocleciano, em 306, essas termas foram as maiores termas imperiais e mantiveram-se operacionais até 537, quando os Godos (povo bárbaro germânico) destruíram o aqueduto que as alimentava. São semelhantes às Termas de Caracalla, nos arredores da cidade.

Um dos pontos mais agradáveis e românticos de Roma é a Piazza Navona, usada na Roma Imperial para corridas de cavalos, ou inundada para a realização de batalhas navais. Rodeada de prédios históricos e simpáticos bares com mesas nas calçadas, uma boa pedida aqui é sentar num deles, tomar um bom café e admirar a paisagem, sem pressa. Nesta praça ficam as imponentes Fontanas (fontes) de Fiumi, Moro e Nettuno. É nesta praça também que fica a Embaixada do Brasil, sediada desde 1920 no Palácio Pamphili, construído em 1644.

A Piazza di Spagna (Praça de Espanha) é um dos locais mais conhecidos de Roma. O nome da praça se deve ao fato de que, no século XVII, toda a área era propriedade da embaixada espanhola em Roma, ainda hoje repleta de vários terraços-jardins.

No centro, a Fontana della Barcaccia (fonte), construída entre 1627 e 1629 e muitas vezes creditada a Pietro Bernini, pai de um filho mais famoso, Gian Lorenzo Bernini.

No alto, a Igreja Trinità dei Monti (ou Santi Trinità dei Monti), construída em 1495 e com muitas obras de arte. Deve ser uma das mais fotografadas em Roma. Fundada pelo rei Carlos VIII de França, sua edificação teve início em 1502, tendo sido concluída somente em 1587, pelo arquiteto Domenico Fontana.

Um dos mais importantes afrescos da cidade de Roma está no seu interior: a “Deposição da Cruz”, de 1541, por Daniele da Volterra (1509-1566). A influência do mestre do pintor, Michelangelo, está evidente nos corpos musculosos das figuras masculinas.

As escadarias que levam à igreja já são por si só uma atração. Dividida em três seções, uma central e duas laterais, foi edificada entre 1723 e 1726, pelo arquiteto Francesco de Sanctis, às custas do embaixador da França, Etienne Gueffier.

Ainda na praça, fica a Colonna dell 'Immacolata (Coluna da Imaculada), erigida em 1857 para honrar o dogma da Imaculada Conceição de Maria, durante o pontificado de Papa Pio IX, três anos antes.

Perto desta praça fica também outro ponto importante da cidade, a Via Condotti, uma das ruas mais elegantes de Roma, onde estão diversas lojas de griffe, além do mais tradicional dos cafés da cidade, o Caffé Greco.

Seguindo adiante, no início da Via del Corso, está a Piazza del Popolo (Praça do Povo), com duas belas igrejas. Está precisamente à entrada das muralhas de Roma, no norte da cidade antiga, por onde os viajantes chegavam. Ali, está a Porta del Popollo (a antiga Porta Flamínia).

Na parte central da praça, um obelisco trazido do Egito pelo imperador Augusto, que foi dedicado a Ramsés II. Chama-se Obelisco Flamínio e é um dos 13 existentes na cidade, com 24 m de altura (com a cruz, atinge 36,50 m).

A praça ramifica-se em três vias que adentram a cidade: a Via del Babuino, à esquerda, que leva à Piazza di Spagna; à direita, à Via de Ripetta que se comunica com a Piazza Navona e o Panteão; e, ao centro, a rua mais cara da cidade de Roma: Via del Corso, com inúmeras lojas.

Ali estão deslumbrantes templos, como a Igreja Santa Maria del Popolo (1655-1661) e as duas igrejas gêmeas (uma ao lado da outra), que se chamam Santa Maria dei Miracoli e Santa Maria in Montesanto, ambas do século XVII, concluídas pelo arquiteto barroco Gian Lorenzo Bernini.

A igreja Santa Maria del Popolo é um verdadeiro museu, com obras de mestres do início do Renascimento como Pinturicchio e Bramante, do Alto Renascimento como Rafael, e do Barroco como Caravaggio e Bernini. Na Capela Cerasi da igreja, por exemplo, a Crucificação de São Pedro (1601) de Caravaggio é uma das obras que mais se destaca.

E, claro, ninguém pode se dar ao luxo de visitar a cidade sem ir até a Fontana di Trevi (cerca de 26 metros de altura e 20 metros de largura), a maior e mais famosa fonte de Roma, e jogar nela uma moedinha, para assegurar que um dia voltará à cidade eterna. Difícil é conseguir um lugar para fotografar, pois a fonte fica lotada de turistas e, realmente, é belíssima. De dia ou de noite, iluminada, as fotos ficam divinas.

Construída em 1735 pelo arquiteto Salvi, na época do Papa Clemente XII. Aqui era o ponto final de um aqueduto responsável pelo abastecimento da cidade. De acordo com o ritual romano, a forma correta de se jogar uma moeda na Fontana di Trevi é ficar de costas para a fonte, segurar a moeda com a mão direita, e jogá-la para trás, com um movimento sobre o ombro esquerdo. Não se deve olhar para a moeda. A fonte foi restaurada em 1998, as esculturas foram limpas e polidas e a fonte foi provida de bombas para circulação da água e sua oxigenação. Fica próxima à Piazza di Spagna.

Ao redor da fonte existem alguns ótimos restaurantes e cafés. E, a duas quadras, está o belo prédio da Galeria Alberto Sordi, com suas lojas, cafés e restaurantes chiques, aberta diariamente, das 10h às 22h.
A Piazza Colona, com a colossal Coluna de Marco Aurélio, do imperador Marco Aurélio (28 metros), concentra a Roma política. O Palácio Chigi é a sede da Presidência do Conselho de Ministros, e logo a seguir se encontra o Palácio Montecitorio que é a sede da Câmara dos Deputados.

A Coluna de Marco Aurélio é um monumento em Roma erguido entre 176 e 192 para celebrar, talvez depois de sua morte, as vitórias do imperador romano Marco Aurélio (161-180) contra os Germanos e os Sármatas, que ocupavam o norte do curso médio do Danúbio. Foram longas batalhas conhecidas como guerras marcomânicas.

A coluna, com quase 30 m de altura (se a base for considerada, são 40 m), ainda está no mesmo local onde foi erguida. Coberta de alto a baixo por baixo relevo, foi inspirada na Coluna Trajano. A frisa esculpida que contorna em espiral o corpo da coluna, se estirada, alcançaria 110 m de comprimento.

Foi encomendada pelo filho de Marco Aurélio, Cômodo. As cenas esculpidas obedecem a uma ordem cronológica; não se trata, porém, de uma ordem muito segura. Quando inaugurada, tinha no alto a estátua em bronze de Marco Aurélio, destruída na Idade Média.

O imperador aparece em muitas das cenas esculpidas no estilo plebeu ou popular que começava a se afirmar naqueles anos, suplantando o estilo clássico. A escultura foi feita em enormes blocos de mármore de Carrara escavados por dentro para poder formar a espiral em caracol. A escada interna, iluminada por pequeníssimas fendas, tem 203 degraus que levam a um pequeno terraço no topo; o monumento termina em um capitel em estilo dórico.

A Piazza della Minerva (Praça de Minerva), em frente à Igreja de Santa Maria Sopra Minerva, deve o seu nome ao templo dedicado à deusa Minerva (deusa da sabedoria, das artes da guerra e das ciências), que se encontrava no local onde agora está a igreja.

A construção do edifício foi iniciada em 1280 e os trabalhos continuaram até 1453, quando a abóbada gótica foi colocada sobre a nave. Desconhece-se o arquiteto responsável pela obra da igreja e pela fachada simples, renascentista, na qual as marcas das inundações do rio Tibre do século XVI ao século XIX ainda estão presentes.

A igreja sempre pertenceu aos dominicanos e a sede do corpo administrativo central de Roma funcionava no prédio vizinho, à esquerda. Ali, altas autoridades da Inquisição no século XVII abrigaram-se, nos tempos em que Galileu Galilei foi julgado.

Seu maior tesouro é a grande estátua do Cristo Ressuscitado, em mármore, esculpida por Michelangelo de 1519 a 1521. O incomum nessa obra é a combinação de um Cristo com a imagem idealizada de um herói da Antiguidade, pois está de pé, inteiramente nu (o pano sobre os rins é uma adição barroca), sem feridas, numa atitude forte de contraposto, virando a cabeça. Agarra a cruz e os instrumentos de seu martírio nas duas mãos, num gesto que demonstra a natureza voluntária de sua morte na cruz.

Na Piazza del Quirinale, está o Palácio do Quirinal sobre a colina homônima de Roma. É um antigo palácio Papal e atual residência oficial do Presidente da Itália, sendo um dos símbolos do Estado italiano.

E outras mais são belas: Piazzale del Museo Borghese (na Vila Borguese, em uma colina acima da Piazza del Popolo, acessada por uma escadaria; o local tem cafés, parque, teatro, museus e galeria de arte, mas ATENÇÃO: o número de visitantes é limitado, sendo também necessário agendar pela internet: http://www.ticketeria.it), Piazza Farnese, Piazza Barberini, Piazza Bocca dela Verità (Praça Boca da Verdade). Esta última tem uma curiosidade. Situada na histórica zona do Fórum Boário, é visitada, sobretudo, pela famosa ‘Boca da Verdade’, uma curiosa tampa de esgoto do tempo romano, que representa uma cara com a boca aberta. Na Idade Média, os maridos levavam suas esposas até o local, obrigando-as a meterem a mão dentro da "boca" da figura; dizia-se que se a mulher tivesse sido infiel, a boca fecharia com a mão no seu interior. 

Museus

Os Museus Capitolinos, fundados em 1471, são os museus públicos mais antigos do mundo e estão sediados em dois palácios (o Palazzo dei Conservatori e o Palazzo Nuovo), unidos por uma galeria subterrânea e situados na Piazza del Campidoglio (Capitólio), desenhada por Miguel Angelo. Podem ser visitados de terça a domingo, das 9h às 20h.

O Capitólio era o centro do poder religioso e político na Roma antiga. A colina, onde erguia-se também o templo a Júpiter, simbolizava a autoridade de Roma como caput mundi, cabeça do mundo.

Algumas obras de destaque do museu são a cabeça de uma estátua colossal de Constantino, do séc. IV d.C., assim como uma mão e e um pé, também gigantes; estátua do imperador Marco Aurélio, a cavalo, que foi retirada do centro da Piazza del Campidoglio, para melhor conservação; e a Loba (estátua do séc. V a.C.) amamentando Rómulo e Remo (acrescentados no séc. XV).

O Museu Nacional Romano é um dos grandes museus italianos. Abriga seções das coleções nacionais, fundadas depois da Unificação Italiana para consolidar e reunir tesouros dispersos em vários locais. Inicialmente instalado nas antigas Termas de Diocleciano, com sua progressiva expansão, e com a necessidade urgente de restauro das Termas, o acervo foi dividido e espalhado em várias sedes: as Termas de Diocleciano, o Palazzo Massimo, o Palazzo Altemps e a Cripta Balbi.

As Termas de Diocleciano é a sede histórica do Museu Nacional. Construída entre 298 e 306 d.C., foi a maior casa de banhos da antiga Roma. Possuía uma aula central de forma basilical, uma piscina e diversos outros espaços com usos variados.

Depois da decadência romana o edifício passou a ser usado para outros propósitos. No século XVI, Pio IV confiou a Michelangelo o projeto de criação de uma basílica com convento no local, e atualmente parte do complexo ainda é a Basílica de Santa Maria degli Angeli. Em 1889 a parte não ocupada pela igreja foi adaptada para acolher a coleção do recém-fundado Museu Nacional, com um acervo de peças da antiguidade romana, incorporando diversas coleções arqueológicas já existentes e objetos provenientes de novas escavações.

No claustro projetado por Michelangelo hoje são expostas cerca de 400 obras de escultura de todos os tipos (estatuária, elementos de arquitetura, sarcófagos, lápides e altares). Nas salas I a IX são mostrados itens de arte fúnebre, como sarcófagos, e material proveniente do sítio arqueológico das Termas, e as salas X a XII são dedicadas a exposições temporárias.

O museu possui também a Seção Proto-histórica, com peças dos povos latinos anteriores a Roma e das civilizações posteriores que ocuparam o Lácio nas idades do Bronze e do Ferro, e a Seção Epigráfica, que ilustra o nascimento e evolução da língua latina com peças portadoras de inscrições, como insígnias, placas e outros objetos similares.

O Palazzo Massimo foi construído entre 1883 e 1887 por Camillo Pistrucci em estilo neorenascentista para o Cardeal-Príncipe Massimiliano Massimo, que ali desejava sediar um colégio jesuíta. Durante a Segunda Guerra Mundial foi transformado em hospital militar, tratando mais de 30 mil feridos de guerra. Depois voltou à posse dos jesuítas, que logo o abandonaram. Comprado pelo governo italiano em 1981, foi restaurado e adaptado para sediar parte do Museu Nacional, instalada em 1998, abrigando arte da antiga Roma nas modalidades de escultura, pintura, numismática e joalheria.

A seção de numismática é a melhor do mundo em seu gênero, e foi formada com a reunião de várias coleções privadas e com achados de escavações em Roma e nas regiões vizinhas, ilustrando a história da moeda romana desde suas origens até a atualidade.

Na parte de joalheria são apresentadas peças descobertas em antigas tumbas romanas, que formam um significativo panorama da evolução da moda e dos costumes no Império Romano.

O Palazzo Altemps foi construído a partir de 1475 por ordem do Conde Girolamo Riario, para celebrar suas núpcias com Caterina Sforza, filha de Gian Galeazzo, Duque de Milão.

Adquirido em 1568 pelo Cardeal Marco Sittico Altemps, o prédio passou por reformas que duraram três décadas, supervisionadas por arquitetos como Martino Longhi, Francesco da Volterra e Giacomo della Porta. O interior recebeu rica decoração em afrescos, e logo o palácio foi sendo repleto com a extensa coleção de arte do Cardeal.

Em 1887 o imóvel foi comprado pela Santa Sé e passou a funcionar como sede do Colégio Seminário Espanhol, que realizou novas reformas no interior. Na década de 1980, já em condições precárias, foi adquirido pelo Estado Italiano, que o fez restaurar para abrigar a seção do Museu Nacional chamada História do Colecionismo, sendo aberto ao público em 1997.

A coleção compreende rica estatuária romana e grega, peças renascentistas e barrocas, além de frisos, afrescos, relevos, mosaicos, bronzes e uma série de outros itens de várias proveniências e épocas, testemunhando os gostos de grandes colecionadores dos séculos XVI a XVIII.

E a Cripta Balbi, que originalmente era um grande pátio com pórtico, anexo ao teatro que Lucio Cornelio Balbo ergueu entre 19 a.C. e 13 a.C.. O museu foi instalado na parte do complexo que data da Idade Média, e sua coleção se divide em duas seções: Arqueologia, e História Urbana de Roma desde a Antiguidade até a Idade Média. 

Pantheon

Perto da famosa Fontana di Trevi, rumo à Piazza del Campidoglio, está o Pantheon (Panteão), na Piazza dela Rotonda. Também conhecido como Panteão de Agripa, por ser obra de Marco Vipsânio Agripa, cônsul da república e braço direito e genro do imperador Augusto, é o único edifício construído na época greco-romana (em 27 a.C.) que, atualmente, está em perfeito estado de conservação. Desde que foi construído, manteve-se em uso: primeiro como templo dedicado a todos os deuses do panteão romano (daí o seu nome) e, desde o século VII, como Basílica Santa Maria ad Martyres (Basílica Santa Maria dos Mártires).

O Panteão ficou quase destruído depois de um incêndio em 80 d.C. Na época, foi restaurado pelo imperador Domiziano, mas entre 118 e 128 d.C. foi quase totalmente refeito pelo imperador Adriano, com significativas alterações no projeto original e ficando com a forma que o conhecemos hoje.

Adriano caracterizava-se pelo seu cosmopolitismo, viajou bastante pelas regiões orientais do império e foi um grande admirador da cultura grega. O Panteão, então, nasceu do seu desejo de fundar um templo dedicado a todos os deuses, num gesto ecumênico ou sincretista que abarcasse os novos povos sob a dominação do Império Romano, já que estes ou não adoravam os antigos deuses romanos ou adoravam-nos sob outras designações, adotando deuses estrangeiros.

O edifício, circular, tem um pórtico (também denominado pelo termo grego "pronaos") com três filas de colunas (8 colunas na fila frontal, 16 ao todo), sob um frontão. O interior é abobadado, sob uma cúpula que apresenta alvéolos (em forma de caixotões) no interior, em direção a um óculo que se abre para o cume. A sua cúpula é a maior da antiguidade que chegou até nós e foi durante muito tempo a maior de toda a Europa Ocidental, até que o arquiteto e escultor Filippo Brunelleschi criou a cúpula (duomo) de Florença, completada em 1436.

A consagração do edifício como igreja salvou-o do vandalismo e destruição deliberada que as antigas construções da Roma antiga sofreram durante o início do período medieval. Apenas algumas esculturas perderam-se. No entanto, o interior de mármore e as grandes portas de bronze resistiram ao passar do tempo, ainda que estas últimas tenham sido restauradas mais de uma vez.

Desde o Renascimento que o Panteão é utilizado como última morada de personalidades italianas ilustres, como os pintores Rafael e Annibale Carracci, o arquiteto Baldassare Peruzzi, além de dois reis de Itália: Vítor Emanuel II e Humberto I. A mulher de Humberto I, Margarida I, também foi ali sepultada.

Ao redor, várias opções de restaurantes e cafés. Um lugar ideal para apreciar a paisagem, tomar um bom vinho e desfrutar o momento. Foi o que fizemos.

Nas proximidades do Vaticano

No caminho para o Vaticano, encontra-se a Isola Tiberina (llha Tiberina), uma ilha em forma de barca que se formou no seio do rio Tibre, na zona em que o rio atravessa Roma, perto do Capitólio.

É famosa devido ao Templo de Esculápio, o deus grego da Medicina e da cura. Existe uma lenda que, numa das suas versões, conta que depois da caída de Tarquínio, o Soberbo (o último rei de Roma, tendo reinado de 535 a.C. até 509 a.C.), o povo romano atirou o seu corpo no Tibre, no ponto onde depois se formou a ilha. Sobre o corpo depositado no fundo, seixos e detritos teriam se acumulado, progressivamente, permitindo a formação gradual da ilha.

Devido às suas origens obscuras, a ilha Tiberina era considerada pelos romanos como um posto de mau presságio tanto que, previamente à construção do Templo, os habitantes evitavam aproximar-se da ilha, e só os piores criminosos eram condenados a passar aí o resto da sua vida.

Hoje, é um bairro aconchegante, chamado Trastevere, com uma bela igrejinha, casas coloniais e cafés. Um bom lugar para uma caminhada à tarde.

Antes de entrar no Vaticano, é impossível não se maravilhar com o Castel Sant'Angelo (Castelo de Santo Angelo), às margens do rio Tevere (Tibre), exatamente em frente à ponte de mesmo nome, ornada por doze estátuas de anjos esculpidas por Gian Lorenzo Bernini (artista do barroco italiano que trabalhou principalmente em Roma).

O castelo, de planta circular, construído a partir do ano 139 pelo imperador Adriano como um mausoléu pessoal e familiar, e posteriormente concluído por Antonino Pio e empregado como edifício militar, hoje é um o Museo Nazionale Sant'Angelo.
A sua atual designação remonta a 590, durante uma grande epidemia de peste que assolou Roma. Na ocasião, o Papa Gregório I afirmou ter visto o Arcanjo São Miguel sobre o topo do castelo, que embainhava a sua espada, indicando o fim da epidemia. Para celebrar essa aparição, uma estátua de um anjo coroa o edifício: inicialmente um mármore de Raffaello da Montelupo, escultor e arquiteto da Renascença Italiana.
Durante a época medieval esta foi a mais importante das fortalezas pertencentes aos Papas. Serviu também como prisão para muitos patriotas, na época dos movimentos de unificação da Itália ocorridos no século XIX.

De seu terraço superior, tem-se uma magnífica visão do rio Tibre, dos prédios da cidade e até mesmo do domo superior da Basílica de São Pedro.

Para chegar até o terraço, há um incrível corredor em estilo medieval que permite o acesso. No museu, pode-se ver os apartamentos papais tais como eram na época em que o palácio era moradia dos papas, com sua decoração original. Há, ainda, o interessante pátio do anjo, na parte superior, e o pátio de munições, onde ficam as antigas balas de canhões empilhadas. Aberto de terça a domingo, das 9h às 19h30. Entrada a € 8.

Vaticano

Uma visita a Roma sem uma ida ao Vaticano não estaria completa. Pode-se ir de metrô (linha vermelha) e descer nas estações Cipro Musei Vaticani ou Ottaviano San Pietro, que são as mais próximas. De lá, caminha-se um pouquinho só. De ônibus, saindo da Estação Roma Termini ou da Piazza Venezia (a cinco minutos do Coliseu caminhando), pegue o número 64. Ou, para quem estiver de Sightseeing, é parada obrigatória para todos.


A basílica é um famoso local de peregrinação, por suas funções litúrgicas e associações históricas. Como trabalho de arquitetura, é considerado o maior edifício de seu período artístico. Geralmente às quartas-feiras é dada a benção papal, quando o Papa chega até a janela para saudar a multidão. Há muito para visitar, com destaque para a Basílica de São Pedro, os Museus Vaticanos e a famosa Capela Sistina, com seus deslumbrantes afrescos no teto, pintados por Michelangelo.

A Basílica é a maior das igrejas do cristianismo e um dos locais cristãos mais visitados. Cobre uma área de 23.000 m² e pode albergar mais de 60 mil devotos (mais de cem vezes a população do Vaticano). É o edifício com o interior mais proeminente do Vaticano, sendo sua cúpula uma característica dominante do horizonte de Roma, sendo adornada com 340 estátuas de santos, mártires e anjos. Situada na Praça de São Pedro, sua construção recebeu contribuições de alguns dos maiores artistas da história da humanidade, tais como Bramante, Michelangelo, Rafael e Bernini. Para entrar sem filas, tem que chegar cedo. A entrada na basílica é gratuita. Vale a pena passar na lojinha de souvenirs para comprar uma lembrancinha.

Seu interior é realmente belíssimo e riquíssimo, repleto de colunas, pinturas, imagens e estátuas em mármore. Um dos destaques é a Pietá (em português ‘Piedade’) de Michelangelo, talvez a Pietá mais conhecida e mais famosa escultura do artista. Representa Jesus morto nos braços da Virgem Maria. A fita que atravessa o peito da Virgem Maria traz a assinatura do autor, única que se conhece: MICHAEL ANGELUS. BONAROTUS. FLORENT. FACIEBA(T), ou seja, “Miguel Angelo Buonarotus de Florença fez”. Fica na primeira capela do lado direito, assim que se entra na basílica. Está protegida por um vidro à prova de bala, desde que foi atacada em 1972. Tem 174 centímetros por 195 centímetros e é feita de mármore.

Sob o altar da basílica está enterrado São Pedro (de onde provém o nome da basílica), um dos doze apóstolos de Jesus, e o primeiro Papa e, portanto, o primeiro na linha da sucessão papal. Por esta razão, muitos Papas, começando com os primeiros, têm sido enterrados neste local. Sempre existiu um templo dedicado a São Pedro em seu túmulo, inicialmente extremamente simples; com o passar do tempo, os devotos foram aumentando o santuário, culminando na atual basílica. A construção do atual edifício sobre o antigo começou em 18 de abril de 1506 e foi concluído em 18 de novembro de 1626, sendo consagrada imediatamente pelo Papa Urbano VIII.

Mas o que mais nos impressionou foi o Baldaquino, criado pelo escultor Gian Lorenzo Bernini para o altar papal acima do túmulo de São Pedro (no centro da igreja), uma obra prima técnica e artística encomendada pelo Papa Urbano VIII Barberini. De bronze dourado e quase 30 metros de altura, foi construído de 1624 a 1633. Sobre uma base de mármore, erguem-se quatro colunas impressionantemente torcidas que suportam o peso do baldaquino com um globo, uma cruz e o escudo de armas do Papa. O desenho é exuberante, com características próprias do Barroco. O curioso é que, para obter bronze suficiente, o papa ordenou derreter bronzes antigos do Panteão.

Outra relíquia conservada na Basílica é a Cátedra de São Pedro ou Cadeira de São Pedro (Cathedra Petri em latim), em forma de uma cadeira de encosto alto. Encontra-se dentro de um compartimento de bronze, dourado, também projetado e construído por Gian Lorenzo Bernini entre 1647 e 1653.

A cadeira de um bispo ou outra autoridade religiosa, especialmente se dentro de uma catedral, é chamada cátedra, e esta da Basílica tem sido utilizada pelos papas como trono para o seu exercício de autoridade máxima e ex-cátedra.

Alguns historiadores afirmam que foi utilizada pelo próprio São Pedro, outros, porém, afirmam que ela foi um presente de Carlos II da França ao Papa Adriano II, em 875. O certo é que existe uma inscrição muito mais antiga, datada de 370, atribuída ao Papa São Dâmaso, falando de uma cadeira portátil dentro do Vaticano e que houve festas em sua honra anteriores a essa data.

Assim, da primitiva cadeira teriam restado apenas uns pequenos pedaços que foram encrostados no novo exemplar, igualmente de madeira, lacrada no compartimento de bronze confeccionado por Bernini.

A Basílica de São Pedro é uma das quatro basílicas patriarcais de Roma, sendo as outras a Basílica de São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Extramuros. Os restos mortais da maioria dos pontífices estão no piso inferior. O túmulo de João Paulo II é uma exceção: identificado com uma inscrição em latim, uma breve síntese da sua vida, incluindo datas de nascimento e de morte, uma cruz e as armas do pontificado, está na Capela de São Sebastião, ao lado da Pietá de Michelangelo, do lado direito da Basílica.

A enorme Praça de São Pedro, em frente à Basílica de São Pedro, foi projetada por Bernini no século XVII tendo como base o estilo clássico, mas também o barroco. No centro, há um obelisco do Antigo Egito, de 40 m de altura, incluindo a base e a cruz no alto do século XIII a.C, este último levado para Roma no reinado do imperador Nero.

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