A primeira praça que visitamos foi a Piazza del Campidoglio (Praça do Capitólio), no monte Capitolino, uma das famosas sete colinas de Roma, que rodeavam a comunidade primitiva. Quando os Gauleses invadiram Roma, em 390 a.C., este monte foi a única zona da cidade que não foi capturada pelos bárbaros. Do alto, os generais triunfantes podiam contemplar a cidade pela qual lutavam. O monte Capitolino é referido inúmeras vezes durante a história de Roma: ali, por exemplo, Brutus e os assassinos se refugiaram, dentro do Templo de Júpiter, após o assassinato de Cesar.
A ideia de redesenhar a praça nasceu quando se preparava a visita do imperador Carlos V de Habsburgo em 1536. Michelangelo incluiu em seus planos o Palazzo Senatorio (Palácio dos Senadores), construído no século XII, e os alicerces do Tabularium (arquivo oficial da Roma Antiga) e do edifício do lado sul, que datava do século XIV, hoje "Palácio dos Conservadores" (Palazzo dei Conservatori). A ideia do grande artista foi transformar o monumento equestre ao imperador Marco Aurélio, transferido para o Capitólio em 1538, na principal atração.

Contrapondo a orientação clássica do monte Capitolino, que se virava para o Fórum, o artista rodou as atenções para a Roma papal. A construção da praça progrediu muito lentamente e outros arquitetos terminariam os projetos de Michelangelo, pois a praça só seria concluída no século XVII.
A impressionante fachada com pilastras coríntias do Palácio dos Conservadores, por exemplo, se deve ao escultor e arquiteto que completou muitas obras de Michelangelo, Giacomo della Porta (executada de 1564 a 1568). Os três palácios compõem atualmente os importantes Museus Capitolinos: estes edifícios do Palazzo Nuovo e do Palazzo dei Conservatori mostram, em suas estupendas galerias, o núcleo da coleção do papa Sisto IV iniciada em 1471.

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